12 de março de 2012

Amigos


  
Motivos diversos me forçaram a interromper, temporariamente, minhas postagens. Criar exige inspiração e dedicação, fatores que mais contribuíram. Peço desculpas aos que aqui retornam em busca de novidades e nada encontram. Agradeço imensamente o carinho de todos vocês e espero que tenha valido a pena. Aos que não gostaram minhas sinceras desculpas!  

Deixo aqui meu respeito e carinho a todos que se fizeram presentes.

26 de setembro de 2011

As Flores do Meu Coração

"Eu sei, ainda não é outono e as folhas que enfeitaram os amores na primavera, agora são flores em outros corações, mas nos meus olhos já se anuncia a escassez da última estação. Trago, entretanto, flores tardias em meu peito. Nem todas, miram a luz do sol. Não constam dos catálogos dos biólogos, nem dos balcões das floristas. Cultivo espécimes únicos. Algumas apenas mimetizam uma lembrança que envelhece à distância. Uma saudade. Outras apenas são uma tarde qualquer sob a chuva. E, algumas, são lírios de desejos carmins ou avencas esperançosas. Há, as delicadas, receosas, antigas flores machucadas, como soluços sem consolo, que não mais se abrem, como as esperanças dos amores inocentes. Há, entristecidas, as que morrem diariamente, por escassez de cuidados e abandonos. Mas, teimosamente, apesar de crer que o outono pode não ser um jardim às avessas, guardo flores no coração. Escrevo velhas cartas de amor para ninguém, leio livros na varanda e a falta na primeira luz da manhã que atravessa minha consciência. Sonho ler todos os poemas e jogar gude tão bem quanto moleque. Bebo muito vinho e ilusões, diariamente, e isto me faz acreditar que não estou morta, mas, se duvidarem, exijo que beijem minha boca por longos dez minutos e, se eu reagir, me possuam enlouquecidamente como um milagre de sua própria existência, a regar as flores em meu coração."

19 de agosto de 2011

O Agora






Este sentimento de perda que antecede a posse e chega como espinhos deixando-me sangrar faz temer que na tentativa de voltar eu não mais me encontre. Mas, não posso permitir que o instante se desmanche nos medos, como não posso aceitar que todos os desejos compartilhados virem pó. Estaríamos matando o que ainda é vida.

Deixe-me pensar sem agredir meu coração.

Deixe-me chegar sem limites pra partir, ficar sem cobranças, te amar até o fim. Assim, sem porquês ou razões.

O tempo futuro é ilusão e somos seu criador, embora saibamos jamais sermos seu dono.

Devemos permanecer no centro e não permitir que a indecisão interfira em nossas vidas arrancando nossas maiores expectativas.
Que não percamos o foco no agora, pois ele (o agora), é tudo que temos de concreto.

17 de julho de 2011

À Deriva


A solidão é minha companheira neste instante. Desatinada ouço as fortes batidas do meu coração que permanece preso as lembranças. Silencia os queixumes, é uma saudade solitária; um tormento, um lamento pelas palavras que ficaram por dizer transformadas agora num terrível murmúrio seco, indizível.

Deixo-me sangrar, pois fizeste de mim terra sem prumo, trouxeste o som que transmuda em silêncio as melodias da saudade, um silêncio ensurdecedor.
Vou permitir que as canções voltem a invadir esta alma cansada, que viagem por minhas ondas sonoras contando outras histórias. Assim, descuidando da felicidade, pois ela...sei que virá!

Imagem by: umsonhode.blogspot.com

1 de julho de 2011

Renúncias


Quando renunciamos aos nossos sonhos  parece que a vida pára e nada consegue se mover em sentido contínuo. Pois, havia um caminho trilhado onde ali sonhos foram depositados.

Olho para o hoje e não me vejo... o que tenho agora é um caminho incerto a trilhar. Fiz das minhas certezas as minhas dúvidas e deixei no mar a dor da tristeza de não mais poder estar aqui.
Não quero me tornar um ser ácido, pois sei,  mesmo sem pisar na areia posso ver o mar. A solidão pode até ser minha companheira, ainda assim, manterei a essência do meu verdadeiro eu.
Aprendi que não basta só renunciar, precisa desapegar. A renúncia está de verdade na mudança de atitude em relação a tudo. 



Imagem by: http://patriciameirelles.blogspot.com

9 de maio de 2011

O Dom de Iludir




Utiliza seu dom de iludir para adornar o amor. Suas artes são sofisticadas e suas escolhas adequadas.Sem pudor invade, com malícia engana e sem piedade vai embora.
Tão áspero, se eleva por si tecendo sua vida e atraindo para sua teia as indefesas presas. E de longe se ouve o pranto voltando a provocar dor e dissabor. Ainda assim, quero teu regresso.
E eu, solitária, iludida, espero teu canto.
E tu, impaciente, me vê a esperar com os olhos umedecidos, e impiedoso não ergue as mãos para cessar a dor e calar o pranto. 
Atormenta-me com tua ausência.
Em verdade, roubaste meu sorriso e feriste meu ego, em troca te concedi o cálice transbordante da minha confiança, mas tu repeliste, tens o dom de iludir.

23 de abril de 2011

Alma Desnuda




O silêncio interior nos transporta a outras dimensões. Assim, saibamos calar quando temos apenas que ouvir.
Haverá momentos em que o silêncio invadirá nossa alma desnuda, permita neste instante refletir e buscar direção, ouçamos então nossos passos e saberemos seguir guiados por este som permitindo que sejamos conduzidos a perceber o que ainda não foi dito.
Existirá dias em que a dificuldade nos virará ao avesso tornando esses passos mais velozes e inaudíveis, dê então uma pausa na caminhada e penetre em teu íntimo, eis o momento de busca intensa e entendimento profundo. Este momento é o princípio que antecede a razão. Convenhamos... identificar em nós o ponto de partida é tarefa árdua, pois, necessitaremos aguçar nossos sentidos, compreender nossas limitações e adequarmos estratégias para mudar o rumo, caso necessário seja. Nada simples, sabemos... Contudo, é indispensável que identifiquemos nossas vulnerabilidades e estejamos dispostos a traçar novas rotas. Oportuno pontuar que neste novo trajeto trarás consigo os velhos hábitos e necessário será utilizar da maturidade, esta te mostrará que este trajeto não é a preparação para a vida. Mas sim, a vida.
Assuma então o papel, releve as dificuldades permitindo que sirvam apenas de lição.
Contemplemos a serenidade, eis aqui o mais sublime ato. Reconhecer-se capaz.
Portanto, reflita, ouça, e se julgar necessário, Mude!








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