29 de março de 2011

A Criança é coisa séria


" A criança é o princípio sem fim, o fim da criança é o princípio do fim.
Quando uma sociedade deixa matar as crianças
é porque começou seu suicídio como sociedade.
Quando não as ama é porque
deixou de se reconhecer como humanidade.
Afinal, a criança é o que fui em mim e em meus filhos,
enquanto eu e humanidade.
Ela como princípio é promessa de tudo.
É minha obra livre de mim.
Se não vejo na criança uma criança,
é porque alguém a violentou antes
e o que vejo é o que sobrou de tudo o que lhe foi tirado.
Mas essa que vejo na rua sem pai, sem mãe, sem casa, cama e comida;
essa que vive a solidão das noites sem gente por perto,
é um grito, é um espanto. (...)
Diante dela, o mundo deveria parar para começar um novo encontro,
porque a criança é o princípo sem fim e o seu fim é o fim de todos nós."

Herbert de Souza (Betinho)


Imagem by: julianeoliveira.wordpress.com

20 de março de 2011

Bandeiras de Luta



 

É através do convívio com outros e com o meio que as necessidades de qualquer ser humano se apresentam. Portanto, é de fundamental importância a compreensão de que a inclusão e integração de qualquer cidadão, com necessidades especiais ou não, são condicionadas pelo seu contexto de vida, ou seja, dependem das condições sociais, econômicas e culturais da família, da escola e da sociedade. Dependem, pois, da ação de cada um e de todos nós.

9 de março de 2011

Momentos Engavetados


Há em mim um armário abarrotado de lembranças. Esta velho, é certo, mas traz consigo uma vida. Suas portas e gavetas estão emperradas, vejo tudo lá dentro, mas nada consigo pegar. Ali há vazios, movimentos, idéias, consternações, melancolias, saudades e muito amor. Nada preciso redesenhar não vivo de lamúrias, quero tudo novo. Se tivesse domínio adoraria algumas lembranças reviver.

Omito o hábito de não arrumar o armário com a merecida constância, embora reverencie saber tudo ter seu lugar. Carecemos, na arrumação priorizar a felicidade, asilar as dores. Enfim, tudo engavetar.

É chegado então o momento da faxina. Preciso desemperrar as portas e gavetas, limpar meu armário e permitir que todas as lembranças acumuladas que empurram as portas insistindo em sair  e voltar a machucar,  voltar a judiar, a atormentar-me de novo... Que saiam logo de uma vez!

Sem esforço vou deixá-las partir agregando no meu armário outro momento. E assim, aos poucos, vou organizando todas as lembranças.  Arrumar este velho armário abolindo todas as mágoas e tristezas, eternizando as alegrias.




Imagem by: inquietude-inquieta.blogspot.com